terça-feira, 11 de setembro de 2012

PROGRESSO


 

No passado remoto, quando o homem ainda estava começando a conhecer o mundo em que habita, todas as atividades eram executadas de acordo com a sua energia pessoal. Depois, ele foi descobrindo novas formas de fazer as coisas e a inventar mecanismos que produzissem energia sem que ele precisasse se cansar tanto.

O mundo levou 5.000 anos para descobrir a facilidade que as máquinas poderiam trazer à vida dos homens, até a Revolução Industrial, no século XIX. A partir da invenção da máquina a vapor, logo chegou-se ao petróleo como fonte de energia, e a partir daí, o homem deixou de gastar sua própria energia para se locomover e para produzir bens.

Na primeira metade do século passado, quando o nosso Brasil ainda era um país agrícola, havia muito poucas coisas que se fizessem com o uso de outras energias, que não a força bruta. Todos ajudavam na lavoura, desde as crianças, que levavam o lanche para os que cuidavam da roça e dos animais, até os mais idosos, que ainda cuidavam do quintal e dos animais de criação, como galinhas e porcos. Cada um dava a sua parcela de contribuição para que tudo fosse feito a contento.

Não há dúvida de que a energia bem empregada traz progresso e torna a vida das pessoas mais confortável e mais fácil. As pessoas que hoje contam com seus setenta, oitenta ou noventa anos, viveram a crise da guerra, da falta de alimentos e de combustíveis, e têm ainda o costume de economizar energia elétrica, água e combustível, além de fazerem "estoques" de comida em casa. Sempre têm alguma coisa na despensa. Esta é a cultura da "carestia", quando faltava de tudo e todos tiveram que aprender a economizar.

Hoje em dia, vivemos a era da "fartura", onde tudo é oferecido a todos, desde que possam pagar. Assim como aqueles que que se habituaram com a carestia, os que sempre viveram na fartura, que são mais jovens e não viveram o tempo da "falta", estes não aprenderam a economizar e gastam mais do que ganham, achando que amanhã terão mais.

As duas condutas são frutos do progresso. Infelizmente, atualmente está em curso o processo de destruição do nosso planeta, pela fúria do capital em retirar da natureza tudo o que possa ser comercializado. Isto já deixou de ser progresso, para se tornar danoso à própria sobrevivência do ser humano na face da Terra.

O segredo de viver bem com a nossa mãe Terra e com todos os outros seres da natureza, é compartilhar, dividir, racionalizar o uso e economizar os recursos desta natureza, que está escasseando a cada dia. Este é um novo progresso, que pode começar num momento em que estamos vivendo a eminência de tudo acabar...

Quando o mundo acabar, talvez quem se acabe primeiro seja o ser humano, já que do alto de seu poder de dominador da criação, esqueceu-se que não viverá sem a natureza. Sua passagem pela Terra é finita, se continuar a insanidade em retirar e não proteger a natureza que o cerca, alimenta e agasalha.

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário