terça-feira, 31 de julho de 2018

Em busca da maturidade


(Yoshkaz)

 

Todas as pessoas devem buscar a maturidade no decorrer da existência. Ser maduro não acontece pelo mero fato de viramos adultos, de atingirmos a maioridade cronológica. Atinge-se a maturidade com a maioridade espiritual. Para isto não há idade definida. A maturidade se expressa através do ser inteiro. Aquele que está na busca incessante pela própria essência, quem conhece e aceita todas as suas características, boas e ruins, sem se esquivar da eterna batalha do aperfeiçoamento pessoal. Não deseja mais viver um personagem, mas formar a própria personalidade. Que segue em busca de si mesmo e de toda luz que nele existe. Apenas este encontro poderá proporcionar a harmonia e o equilíbrio necessários a todas as relações; seja consigo mesmo, seja para com o mundo.

Somente ao se sentir inteira uma pessoa poderá desenvolver todas as suas potencialidades. Poderá conhecer e usufruir cada uma das nobres virtudes. O ponto de partida reside em suas próprias dificuldades. Reconhecê-las, de imediato, nos torna mais generosos com o mundo. Lá, no entendimento das dificuldades, estão as sementes da humildade e da compaixão, virtudes básicas para o importante encontro consigo mesmo, para o florescimento das demais virtudes e o entendimento da vida. Enfim, é preciso se conhecer para ser capaz de apreciar o mundo. Sem se conhecer é impossível entender os outros e se encantar com a beleza que cada um traz consigo. Sem conhecimento sobre si mesmo, os benefícios contidos nas relações se perdem pelos ralos da existência.

O indivíduo que não se conhece resta fragmentado, como um quebra-cabeça desmontado. Tem a sensação de que nada se encaixa, de que faltam ou sobram peças. Então, as partes, quando isoladas e perdidas, anseiam pela unidade, apenas possível pela compreensão do todo. Você é o todo; o todo está em você, à espera de ser montado. Apenas na montagem das partes poderemos refletir a totalidade de quem somos. O encantamento da vida é juntar cada um dos pedaços do ser na perfeita obra de arte que nos espera quando da junção de todas as nossas partes.

A pessoa fragmentada, que vive no automatismo de um dos muitos papéis sociais, sem entender quem realmente é, sem uma personalidade já construída, tende a enxergar no outro os defeitos que, consciente ou inconscientemente, sabe existir nela mesma, mas que não quer enfrentar. Embora não admita, isto a incomoda de maneira profunda. Então, reclama do outro como maneira de esconder as próprias dificuldades. Acaba por não apreciar tudo que existe de bom em razão da necessidade de ressaltar o que há de ruim. A fuga de si mesmo se torna muito dolorosa, pois cria o vício de se manter através dos defeitos alheios.

Outros textos do autor em www.yoskhaz.com (Imagem da Internet)

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