segunda-feira, 1 de julho de 2013

Se eu pudesse viver de novo


Se pudesse voltar a viver a minha vida, da próxima vez gostava de fazer mais erros.
Descontraía. Faria mais disparates.
Levaria menos coisas a sério.
Corria mais riscos. Acreditava mais.
Subia mais montanhas e nadava em mais rios.
Convidava os amigos mesmo que tivesse nódoas no carpete.
Usava a vela em forma de rosa antes de ela se estragar no armário.
Sentava-me na relva com os meus filhos sem me preocupar com as manchas verdes na roupa.
Tinha rido e chorado menos em frente da televisão e mais em frente da vida.
Tinha contado mais anedotas e visto o lado cômico das coisas.
Tinha descoberto menos dramas em cada esquina, e inventado mais aventuras.
Se calhar, tinha mais problemas reais, mas menos problemas imaginários.
É que, sabem, sou uma dessas pessoas que vive com sensibilidade e sanidade hora após hora, dia após dia.
Oh, tive os meus momentos, e se pudesse fazer tudo de novo, outra vez, tinha muitos mais.
De fato, não tentaria mais nada.
Apenas momentos, uns após outros, em vez de viver tantos anos à frente de cada dia.
Fui uma dessas pessoas que nunca foi a lado nenhum sem um termômetro, uma botija de água quente, casaco para a chuva e paraquedas.
Se pudesse fazer tudo outra vez, viajava mais leve do que viajei.
Se tivesse a minha vida para viver de novo, começava mais cedo a andar descalça na Primavera, e ficava sempre assim, mesmo mais tarde, no Outono.
Ia a mais bailes.
Cantava muito mais canções.
Diria muito mais "amo-te" e "desculpe".
E apanharia mais papoulas.

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