terça-feira, 14 de agosto de 2012

Honestidade, uma questão de obrigação e cidadania.


Inúmeras vezes nos deparamos com acontecimentos no mínimo estranhos em nossa sociedade. Todos acham um absurdo os escândalos e "maracutaias" que acontecem em Brasília, nos mais altos cargos de representatividade política e democrática de nossa nação. Porém, quem cultiva essa forma de agir é o próprio povo.
Muitos acham normal dar um "agrado" ao guarda para se livrar de uma multa, dar uma ajudinha pro guardador de carro para que não risquem o carro, oferecer drogas lícitas para menores em locais públicos, dar propina ou outras formas de "privilegio" a professores para que este mude a nota daquela prova porque "não deu tempo de estudar" ou oferecer valores para furar a fila do banco ou da balada.
Isso é corriqueiro, do dia-dia. Mas será que não é isto que motiva toda a roubalheira que avassala com nossos caixas, entupindo de impostos nossos empresários e cidadãos? Não seria por este motivo que temos péssimos políticos e outros setores da administração pública "corrompíveis" ao extremo?
A sociedade é formada pela integralidade de seus membros, para ser mais claro, todo pais é formado por seu povo, e não por apenas uma parte dele. Os escândalos são apenas "a cara" de nossa sociedade.
A mesma sociedade que não acredita na política e diz que de nada adianta o envolvimento democrático é aquela que incentiva a impunidade e comete infrações de mesmo nível que nossos políticos. Roubar ou desviar bilhões é a mesma coisa que roubar um real ou oferecer propina ao policial em uma "blitz", o valor não é financeiro, o valor é moral.
Casos como os de Renan Calheiros, "Valerioduto", Collor, Malluf e tantos outros refletem atitudes corriqueiras e a falta de atenção dada a coisas tão simples, mas que transformam o homem, como a moral e a honestidade.
Devemos crer que a honestidade é obrigação do cidadão. Para poder cobrar de todos os outros, inclusive daquele vereador que desviou verba em sua cidade. É necessário praticar a ética enquanto forma de cidadania todos os dias.
Dar o exemplo é a melhor maneira de ensinar as pessoas, formar jovens e mostrar aos mais velhos que ainda existe como mudar. Plantar a fé e a esperança em um país mais justo e livre de escândalos. Sem moralismo barato, temos que praticar a diferença em nossa comunidade.
Quando todos outros entenderem que você age diferente por opção, vão começar a pensar duas vezes antes de fazer o que julgam que os outros estejam fazendo errado. O simples fato de dizer não em algumas situações muda muita coisa. O Estado Democrático muda a partir da mudança de atitude de seu povo. Somente este é o caminho para uma sociedade mais madura e compreensiva com suas obrigações de cidadania. Apenas a mudança de pensar e de atitude é que mudam a forma de agir da nação e os caminhos pelos quais ela seguirá seu rumo.

(André Atila Bonilauri Mendes)

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