sexta-feira, 16 de outubro de 2009

EFÊMERO

Se pudéssemos ter consciência do quanto nossa vida é efêmera, talvez pensássemos duas vezes antes de jogar fora as oportunidades que temos de ser e fazer os outros felizes. Muitas flores são colhidas cedo demais. Algumas mesmo ainda em botão. Há sementes que nunca brotam e há aquelas flores que vivem a vida inteira até que, pétala por pétala, tranqüilas, vividas, se entregam ao vento. Mas a gente não sabe adivinhar. A gente não sabe por quanto tempo estará enfeitando esse Éden e tampouco aquelas flores que foram plantadas ao nosso redor. E descuidamos. Cuidamos pouco, de nós, dos outros.

Entristecemo-nos por coisas pequenas e perdemos minutos e horas preciosos. Perdemos dias, às vezes anos. Calamos quando deveríamos falar. Falamos demais quando deveríamos ficar em silêncio. Não damos o abraço que tanto nossa alma pede porque algo em nós impede essa aproximação. Não damos um beijo carinhoso porque não estamos acostumados com isso e não dizemos que gostamos porque achamos que o outro sabe automaticamente o que sentimos.

E passa a noite e chega o dia, o sol nasce e adormece e continuamos os mesmos, fechados em nós. Reclamamos do que não temos ou achamos que não temos suficiente. Cobramos. Dos outros, da vida, de nós mesmos. Consumimo-nos. Costumamos comparar nossas vidas com as daqueles que possuem mais que nós. E se experimentássemos comparar com as daqueles que possuem menos? Isso faria uma grande diferença.

E o tempo passa... Passamos pela vida, não vivemos. Sobrevivemos porque não sabemos fazer outra coisa. Até que, inesperadamente, acordamos e olhamos para trás. E então, nos perguntamos: e agora?

Hoje, agora, ainda é tempo de reconstruir alguma coisa: de dar um abraço amigo, de dizer uma palavra carinhosa, de agradecer pelo que temos. Nunca se é velho demais ou jovem demais para amar, dizer uma palavra gentil ou fazer um gesto carinhoso.

Não olhe para trás: o que passou, passou. O que perdemos, perdemos. Olhe para a frente: ainda é tempo de apreciar as flores que estão inteiras ao nosso redor. Ainda é tempo de voltar-se para Deus e agradecer pela vida, que mesmo efêmera, ainda está em nós. Pense! E não perca mais...

 

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