terça-feira, 6 de outubro de 2009

Dia da Criança

O dia da Criança é sinônimo de alegria, festa e brinquedo.  Dia de presentear os pequenos , que não se agüentam de ansiedade.. Para uma criança, na sua inocência, não importa o tamanho do presente, basta saber que no seu dia, não foi esquecida.

Antigamente, quando o dia foi criado, na escola em que estudei, era dia de cachorro-quente e laranjinha. Alguns leitores devem se lembrar com saudades da fila que enfrentávamos para receber o lanche. Nem sempre ganhávamos presente, mas o dia era especial...

O tempo passou e o dia da Criança ganhou um feriado: Dia também da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida. Muita coisa mudou... E aquele dia inocente, que só significava um dia sem aula, com atividades diferentes, que nossos pais não tiveram, ganhou um outro significado.

Hoje, esta data já é uma das mais esperadas pelo comércio, pelo volume de vendas de brinquedos e de outros tipos de presentes. Não só de miudezas e brinquedos, mas de outros produtos mais caros... Se analisarmos os tipos de presentes que as crianças pedem hoje em dia, deixou de ser um dia de presentes inocentes, para se tornar mais um motivo para consumismo. Se o Natal já significa presentes caros, o dia da Criança não fica atrás...

Mas, será que não estamos deixando de lado valores importantes, para nos atermos apenas ao consumismo, à aparência, a uma pobre compensação, por presenças e carinhos que não temos "tempo" para dar? Será que nossos filhos não precisam mais de nós, do que dos presentes que a mídia e a cultura do "ter" colocam diariamente em nossas vidas, exigindo das mais diversas maneiras que aumentemos as horas de trabalho, em detrimento de horas de qualidade de vida, com aqueles que são nossas "sementes"?...

Cada vez mais, as pessoas se tornam solitárias, sozinhas na multidão. Presas em suas casas, ou no templo do consumismo que são os Shopping Centers, em nome da segurança, as crianças crescem sozinhas, entre atividades que preenchem o tempo, mas não preenchem o vazio da presença e do carinho. O envolvimento só existe se cada um de nós se abrir para o outro. E isso implica em "ser", sem vergonha de errar, de nos mostrar, como realmente somos.

Talvez pareça perigoso, mas acho que vale a pena se arriscar. A minha geração sobreviveu sem Shoppings, sem celular ou computador. Brincávamos na rua. Somos sobreviventes... Inclusive para viver menos de aparência e mais "de vida de verdade"!... Pense nisso!...

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