terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O PARADOXO DO NOSSO TEMPO

(George Carlin)


O paradoxo do nosso tempo é que temos edifícios mais altos e temperamentos mais reduzidos. Estradas mais largas e pontos de vista mais estreitos.

Gastamos mais, mas temos menos... Compramos mais, porém desfrutamos menos. Temos casas maiores e famílias menores. Maiores comodidades e menos tempo.

Temos mais graduações acadêmicas e menos sentido comum, maior conhecimento, porém, menor capacidade de discernir. Mais especialistas, porém mais problemas. Melhor medicina, porém menos bem estar.

Muito nos é revelado, porém amanhecemos cansados. Temos multiplicado nossas posses, porém reduzimos nossos valores. Falamos muito, ouvimos muito pouco, amamos menos ainda e odiamos frequentemente. Temos aprendido a ganhar a vida, mas não para viver.

Acrescentamos anos às nossas vidas, mas não vida aos nossos anos.  Temos ido à Lua, mas é cada vez mais difícil atravessar a rua e encontrar o nosso vizinho. Conquistamos o espaço exterior, mas não o nosso interior. Temos aprendido a apreciar, mas não a esperar.

São tempos de homens de grande estatura e com falta de caráter. De enormes ganâncias econômicas e relações humanas superficiais.

São tempos de janelas que se abrem para lugar nenhum.  E de pílulas que fazem de tudo: alegrar, acalmar e até matar. Tempos de tecnologia, que permite a você receber esta mensagem, compartilhá-la ou excluí-la, ao simples toque de uma tecla.

Mesmo com toda a frivolidade que assola este nosso tempo, lembre-se de passar algum tempo com seus entes queridos. Eles não estarão com você para sempre. Recorde de quem o admira, pois tão logo poderá não estar mais perto de você.

Lembre-se de abraçar quem você ama, porque este é um tesouro que você pode dar, sem custo. Lembre-se de dizer "eu te amo" ao seu parceiro e aos seus entes queridos, mas o faça com sinceridade. Um beijo e um abraço podem curar uma ferida, quando são dados com toda a alma.

Dê-se tempo para amar e conversar, compartilhando suas mais preciosas ideias.

A vida não se mede pelo número de vezes que respiramos, mas sim pelos extraordinários e importantes momentos que vivemos em plenitude.


(George Carlin é humorista americano)

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